Ponto de partida para sua viagem de bicicleta

Uma das perguntas mais comuns quando se viaja de bicicleta é - De onde vocês são? Respondida esta, logo na seqüência já vem a outra: E vieram pedalando de lá? A resposta é quase sempre - Não, pegamos um ônibus até tal cidade, de onde começamos a pedalada.

Embarcando na rodoviária de São Paulo Foto: arquivo do Clube de Cicloturismo do Brasil

Quase que invariavelmente iniciamos nossas cicloviagens de ônibus, para chegarmos até a região que pretendemos conhecer. De outro modo, seriam gastos preciosos dias de férias para cruzar trechos enormes, muitas vezes sem atrativos além de uma longa estrada asfaltada e canaviais a perder de vista.

A opção de pegar um avião para encurtar o `sofrimento` da viagem além de mais cara nem sempre é viável. O aeroporto mais próximo pode estar numa cidade cuja distância nos obrigue a cair em estradas perigosas e movimentadas (do que estávamos justamente tentando escapar), ou então, a tomar um ônibus que, invariavelmente será menos confortável e com o agravante de possuir bagageiro menor, causando problemas para acomodar bicicletas e demais bagagens.

Outra desvantagem do avião, é que, embora seja mais confortável para viajante, é bem mais sofrido para as bicicletas. Os carregadores de bagagem em aeroportos são famosos pela falta de cuidado. Qualquer coisa que lhes passe pela mão é atirada longe sem a menor consideração com o que possa estar dentro. Há ainda o risco do temível extravio de bagagem, pelo menos no ônibus você sabe que seu veículo está logo ali, debaixo de seus pés.

Já utilizamos o ônibus inúmeras vezes, mesmo em distâncias bastante longas. De São Paulo para o Piauí, por exemplo, foram dois dias e meio, para chegarmos na região dos Parques Nacionais da Serra da Capivara e da Serra das Confusões. Em outra viagem, foram vinte horas até a região nordeste de Goiás, onde fomos explorar a Chapada dos Veadeiros e o Parque Estadual de Terra Ronca.

DICAS
- Embale a bicicleta num `mala-bike` tirando a roda dianteira. Proteja bem as partes mais sensíveis da bicicleta, como alavancas de câmbio, manetes e câmbio traseiro. Utilize plástico bolha, cortado em tiras de uns dez centímetros, enrolado nas peças a serem protegidas. Para não escapar, prenda com tiras cortadas de câmara de ar velha.

- Utilize um mala-bike leve, para ser carregado durante a viagem de bicicleta. Um mala-bike pesado pode se tornar um peso morto até que seja utilizado novamente na viagem de volta.

- Chegue mais cedo à rodoviária e, com o devido pedido de licença para o funcionário da empresa, acomode você mesmo sua bicicleta no bagageiro. Coloque-a de pé, encostada na lateral, e presa com extensores a alguma estrutura do bagageiro.

- Na hora de embarcar a bicicleta, ajuda bastante apresentar algum documento como a carteirinha da Federação de Ciclismo. Em alguns estados do Brasil, já é possível retirar uma carteirinha da categoria `cicloturista`. Verifique se a federação de seu estado oferece esta opção, se ainda não, pressione para que sigam este bom exemplo.