Falhas de planejamento

Texto Eliana Garcia e Rodrigo Telles

Que o planejamento é o item mais importante para que uma viagem se desenrole da melhor maneira possível, geralmente todo mundo concorda. Porém, o difícil é saber se estamos realmente fazendo um bom planejamento ou não.

Mesmo as pessoas que têm muitos anos de experiência, precisam estar sempre atentas e reavaliando suas decisões para não cair nos vícios de planejamento. O problema está em conseguir distinguir o que é vício e o que é apenas o seu estilo de viagem. Certas vezes o limite entre estas duas coisas é tênue e por isso, é nele que devemos nos concentrar e refletir mais.

Alguns exemplos que já vimos no caso de viagens de bicicleta são intrigantes. Há aqueles que gostam de preparar a bicicleta como se fossem competir (desde a escolha de selim, guidão, etc, até a regulagem dos mesmos), tornando-a desconfortável para o cicloturismo.

Há outros que acham pecado pegar um ônibus ou carona de caminhão, mesmo em situações de falta de segurança ou esforços sobre humanos. Tome muito cuidado para não confundir força de vontade com neurose. Afinal o objetivo é aproveitar a viagem e não provar alguma coisa para alguém.

- Eu sempre fiz assim e nunca aconteceu nada, sempre dá certo –
Isto não é argumento e pode ser um indício de que estamos recaindo em algum vício de planejamento. Por exemplo: se você sempre leva as ferramentas para manutenção, e nunca as usa, não significa que deva deixá-las em casa. O dia que você precisar delas, vai compensar todos os outros em que as carregou inutilmente.

Não levar capa de chuva ou os itens de segurança (espelho, farol, refletivos) ou ainda levar o dinheiro contado sem nenhum extra para algum imprevisto pode ser um sinal de que se estamos contando com a sorte. Se, por acaso quisermos arriscar, depois não podemos dizer que tivemos azar.

Outra coisa, que muita gente dá importância, é manter o cronograma em dia. Por que é tão importante seguir rigorosamente o cronograma? O planejamento já deve prever dias extras para que possamos adaptar a nossa viagem àquela tabela imaginária que colocamos no papel. Sempre vai haver imprevistos, tanto os ruins quanto os bons. Modificar os planos não significa de modo algum falta de seriedade, muito pelo contrário, significa que o nosso planejamento já previa a possibilidade de mudanças.

E por fim, a melhor maneira de sabermos se estamos pensando sobre o nosso modo de planejar e de agir em viagens, é verificar se estamos conseguindo ouvir, refletir e aceitar ou não, sugestões de outras pessoas.