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Pedalando e educando: 40º Relato

45° Diário - janeiro de 2005 Alagoas - Sergipe - Bahia

Olá amigos, Estou realizando mais um sonho – conhecer todas as praias do maravilhoso litoral nordestino. A viagem está ótima, muito sol, pouca chuva e vento a favor.

De Pernambuco desci até a Bahia passando por Alagoas e Sergipe. Agora é alta estação, estou pedalando diretamente na areia da praia e vendo uma mistura perfeita de muitas praias desertas e algumas praias agitadas e cheias de gente bonita. A diversão é ficar desviando das ondas - o olho esquerdo vai navegando e o direito pedalando - numa areia fina entre o mar e um coqueiral infinito.

 

Modéstia à parte, o Brasil é lindo demais! Mas por trás de toda essa beleza cenográfica, existem os bastidores de muita pobreza e problemas. Um pouco sobre o nordeste brasileiro...  O nordeste brasileiro é a região com o mais baixo Índice de Desenvolvimento Humano brasileiro (IDH). Em Pernambuco, um quarto da população é analfabeta.

Alagoas detém o recorde brasileiro de mortalidade infantil - a cada mil crianças nascidas vivas, 64,4 morrem antes de completar 1 ano. Isso é o reflexo, em escala nacional, da nossa terrível má distribuição de renda.

Família indo pescar

O atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva nasceu no nordeste e, assim como muitos outros nordestinos, mudou-se para a grande São Paulo em busca de uma vida melhor.

Lula conseguiu, mas a grande maioria acaba vivendo nas favelas em péssimas condições e aumentando a percentagem de desemprego das grandes cidades. A história do nordeste é muito marcada pela chegada e exploração dos colonizadores. Por aqui estiveram portugueses, espanhóis, holandeses e franceses, todos roubando os recursos naturais e explorando a mão de obra indígena e escrava africana.

Transporte de água

Além da exploração, esses países fizeram também a colonização cultural, principalmente através da didática deturpada que é ensinada nas nossas escolas.

Até hoje idolatra-se heroicamente os feitos do banditismo que foi essa invasão. Já a colonização econômica ficou por conta dos anglo-saxões que eram (e continuam sendo) os grandes beneficiários do mercantilismo colonial.

Há séculos a cana-de-açúcar é uma das principais economias da região. Uma das usinas que vi era uma Casa Grande e Senzala colonial, nela trabalham hoje os descendentes indígenas e africanos e o dono é um deputado branco que vive em Recife.

Ou seja, a situação econômica e social não mudou muito e as oligarquias e o coronelismo continuam travando o real desenvolvimento do povo.

Mas Pernambuco está mudando seu perfil econômico e se transformando em grande centro de serviços , com o comércio e o turismo.

Plantação de cana

O setor representa mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual. A antiga monocultura da cana-de-açúcar começa a dar lugar a plantações de rosas, gladíolos e crisântemos, na zona da mata, e também à fruticultura irrigada, sobretudo na região de Petrolina, onde se produz uva, manga, melancia e banana. Casa construída com barro

 Alagoas é o maior produtor de cana do nordeste, com cerca de 28 milhões de toneladas, só fica atrás de São Paulo no ranking nacional.

Quase 90% da exportação do estado sai dos canaviais, 75% em açúcar, 17% em etileno. A cana, a criação de gado e a extração do pau-brasil foram os principais fatores do desmatamento da costa. 60% da mata Atlântica foi destruída pelos portugueses nas primeiras décadas de colonização.

 Arrastão

“No início da colonização, a mata Atlântica cobria 15% do território brasileiro. Era uma área de floresta superior a 1.290.692 quilômetros quadrados, que se estendia do norte ao sul da costa litorânea, por 17 estados.

Atualmente há somente 90.438 quilômetros quadrados da mata original (7% do total), que se encontram sob ameaça permanente.” Almanaque Abril

Pescaria

 A partir dos anos 1960 a economia nordestina começou a se diversificar beneficiada pelos programas da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Mas a corrupção exagerada gerou sua extinção em 2001 - A Sudene fechou e os corruptos continuam soltos. Hoje o governo estuda sua reabertura com uma “blindagem anti-corrupção”. Litoral pernambucano

Em contraste com os Incas, Maias e Astecas, os indígenas brasileiros não desenvolveram uma civilização centralizada com construções monumentais.

Restaram poucas evidências de suas culturas e pouco sabemos sobre o real extermínio que foi feito durante a invasão portuguesa.

Aqui no nordeste é possível identificar os indígenas através de suas fisionomias e habitações mas quase todos já estão modelados para a sociedade e pouco se vê de uma comunidade tribal.

 Artesanato em Alagoas

As interferências religiosas, primeiramente marcadas pelo catolicismo e hoje pelas mãos inescrupulosas de pastores mercenários são grandes fatores dessa crescente aculturação indígena. A arqueóloga brasileira Niède Guidon ganhou fama como voz isolada no mundo das ciências. Enquanto os estudos internacionais mais respeitados dizem que o homem chegou à América há 12.000 anos, Niède quer convencer a sociedade científica de que, pelo menos no Piauí, onde ela faz escavações, o homem esteve há 50.000 anos.

Carroça em Penedo

Em suas últimas conferências, Niède passou a defender uma teoria ainda mais incrível. Agora, ela diz ter reunido evidências de que o homem já habitava o Nordeste brasileiro há 100.000 anos. Sair de Recife foi difícil e não parar nos vários paraísos do percurso também está sendo um grande desafio. A paz, a segurança e a hospitalidade estão me impressionando. Obrigado a todos que estão me ajudando na rota!

 

Enquanto eu pedalava nessa tranqüilidade, do outro lado do mundo o inacreditável Tsunami destruiu várias regiões onde há pouco tempo atrás eu estava pedalando.

Muitas pessoas que eu conheci morreram e milhares sofrerão eternamente com esse desastre natural. Deixo aqui minha condolência para esse povo e peço para que, se você ainda não fez nada para ajuda-los, por favor ajude.

Morro de São Paulo - BA

 

Várias vezes me senti um extra terrestre com a bicicleta na areia. Com exceção do companheiro Petrinta que encontrei em Recife, não vi mais nenhum cicloturista.

Essa excentricidade está me proporcionando conhecer todo o tipo de pessoas e me divertir com algumas perguntas surreais que surgem: - Você dorme?  - Você come?  - É promessa? - Conheceu a natureza?

Praia em Alagoas

E quase sempre têm dificuldade de entender a viagem... - De onde você vem?  - Estou fazendo uma volta ao mundo. - A hã... - São três anos de estrada. - A hã... - Vinte e oito países. - A hã... - Agora estou vindo de Recife. - Nossa! De Recife! Mas Recife é longe demais!

Igreja em Penedo

Papo vem, papo vai e várias vezes me convidam para experimentar as comidas típicas – fava, rabada, feijoada, mão de vaca, buchada, chambaril, sarapatel, tapioca e muita água de coco, manga, caju, mangaba, cajá, etc.

Além dessas delícias, aqui também estou matando a saudade do nosso glorioso PF, o prato feito, como o nome diz, um prato popular que já vem servido com arroz, feijão, carne e salada.

Também estou tendo muitos convites para dormir. Já fiquei em casas, restaurantes, campings, redes, praias, pousadas, etc. O clima tropical e as noites sem chuva fazem com que qualquer lugar ao relento fique confortável.

Palestra na escola em Pernambuco

As escolas estão de férias e consegui fazer apenas uma palestra no último dia de aula na cidade histórica de Nazaré em Pernambuco. Conversei com muitos professores no percurso e confirmei a mesma situação caótica de ensino que vi em Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

Quase nenhuma escola pública possui computador e muitas sequer possuem telefone. – Nossa escola não tem nem orelhão! Me falou uma professora alagoana.

Infelizmente, por falta de computador na educação brasileira, o site do projeto Pedalando e Educando ainda está distante dessas escolas. Hoje a única forma de atingir os estudantes mais carentes é através de material impresso ou visitas pessoais, algo que lutarei para tornar realidade num futuro breve.

Atravessei dezenas de rios, alguns de balsa e outros carregando a bicicleta ou até mesmo pedalando. Quando o litoral é de mangue ou a maré está cheia, vou pelas estradas e aproveito para ver um pouco da caatinga nordestina.

Vi várias famílias se movendo com a bagagem nos jegues, muitos paus-de-arara, trabalhos praticamente escravos nos canaviais e coqueirais, criação de gado, aldeias indígenas e tranqüilas vilas coloniais com arquitetura barroca das igrejas, senzalas e casarios.

Vi televisões por todas as partes – bares, calçadas, praças, casas, etc. – infelizmente, para muitos, as redes de televisão são a única fonte cultural que possuem. Uma fonte que não importa muito com o fazer pensar do mundo em torno de nós.

Foz do Rio São Francisco

Na bela e histórica cidade de Penedo, atravessei o mais extenso rio navegável do país, o São Francisco, na divisa de Alagoas e Sergipe.

No início da viagem conheci sua nascente em Minas Gerais e tive a infeliz constatação de que a primeira cidade a banhá-lo era também a primeira a poluí-lo.

Hoje existe um projeto para transpor as águas do Rio São Francisco para abastecer as áreas secas do serão setentrional. O projeto gera muita polêmica, afinal toda interferência ambiental pode gerar problemas irreversíveis.

Um exemplo claro disso é o Museu Oceanográfico de Mônaco q ue já comentei num relatório passado. Lá, apesar de terem todos os recursos e técnicos necessários, criaram uma catástrofe ambiental que hoje está destruindo grande parte do mar Mediterrâneo. Por consideração ao rio, não concordo que seja feita tamanha interferência num momento em que sequer estamos conseguindo mantê-lo limpo.

Transpor um rio brincando de Deus é algo que exige muito respeito à natureza. Ainda não possuímos essa responsabilidade, prova disso é a poluição que segue sendo lançada nas nossas águas.

Antes de fazer interferências mirabolantes, precisamos conscientizar todas as comunidades ribeirinhas a tratar seus esgotos, coletar seus lixos e respeitar o rio como ser sagrado. Será o primeiro passo para, depois, com muita cautela, fazer a transposição.

Overdose de praia

Da foz do São Francisco segui pedalando pela minha “overdose” de praias e, na tarde do dia 24 de dezembro, peguei uma carona para conseguir chegar a tempo de comemorar o natal junto com amigos na maravilhosa e agitada Salvador. Agora já estou longe da capital mas deixarei para escrever sobre o paradisíaco sul bahiano no próximo relatório. Um grande abraço, Argus


PATROCÍNIO: Cultura Inglesa T-bolt Mountain Bike by Proton Edar
APOIOS: Atex Lajes Nervuradas, BHZ Arquitetura, SOL Serviços On Line, Telsan Engenharia, Prudential Bradesco e Rotary Club
*Os Textos completos você encontra no site: www.pedalandoeeducando.com.br

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Pedalando e educando: O Projeto

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