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Velotour Itália -2015: Roteiro

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HISTÓRIA
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3. ROTEIRO

NOSSA EXPEDIÇÃO

2015 é o ano de comemoração de 70 anos do final da 2ª. Guerra Mundial. O percurso da nossa expedição vai passar por regiões onde os brasileiros atuaram nas úlitmas batalhas. Partindo de Bologna na Emilia-Romagna, atravessaremos os Apeninos, onde ficam as principais cidades de combate dos brasileiros, e chegaremos a Florença, na Toscana.

Longe dos momentos difíceis da guerra, nos dias de hoje encontram-se monumentos, museus, fazendas e belíssimas paisagens ao longo de todo o nosso percurso. No lugar atualmente reina a tranquilidade e paz. Para nós brasileiros fica difícil imaginar que esta bela região, de exuberante natureza, estradas com pouco movimento e pequenas cidades que ainda conservam um ar bucólico, serviu de palco para as atrocidades de uma grande guerra.

1º dia - Chegada e encontro dos integrantes da expedição em Bologna

2º dia - O primeiro dia de atividades da expedição será na bela Bologna, cidade repleta de magia, representada por seus monumentos e construções medievais, arte e cultura. A coloração avermelhada das edificações do centro velho chamam a atenção. Vários pórticos estão espalhados por Bologna conferindo um charme todo especial para essa cidade conhecida também pela irresistível gastronomia.

Nossa primeira atividade será um passeio a pé na companhia de um guia italiano pelas ruas de Bologna. Uma bela oportunidade de descobrir um pouco mais sobre a história ao visitar as torres medievais da cidade, a universidade mais antiga da Europa, algumas igrejas surpreendentes (uma data dos anos 500d.C., outra possui o maior relógio solar do mundo), e muitos outros lugares intrigantes com histórias curiosas, como a Fonte de Netuno.

3º dia - Neste dia começaremos a pedalada de fato. Todos prontos com suas bicicletas e alforjes, partiremos bem cedo para Rivabella, nosso primeiro ponto de parada. Porém antes de deixar Bologna nada como uma despedida com uma bela visão panorâmica. Nossa rota nos levará ao ponto mais alto da cidade, onde fica o “Santuário de Madonna di San Luca”.

San Luca é um local de peregrinação, cuja a Basílica chama a atenção, destacando-se em meio a paisagem. É sem dúvidas um dos belos pontos turísticos da cidade. Anexo a Basílica encontra-se uma impressionante obra arquitetônica, os Pórticos cobertos de Bologna.

Medindo quase 4 km de comprimento, além de ligar o Santuário à cidade, é o mais longo do mundo. Nossa descida será margeando o Pórtico até a saída da cidade.

Imperdível!

Logo deixaremos a cidade e as ruas movimentadas para trás e ganharemos a calma da área rural. Nossos caminhos se tornarão tranquilos e contemplativos.

4º dia - Montese será o nosso próximo destino. Com aproximadamente 3 mil habitantes está a 841m de altitude. Nessa região aconteceram duas das mais duras e importantes batalhas da FEB contra os nazistas: a batalha na própria cidade de Montese e, mais alguns quilômetros à frente, as batalhas de Monte Castelo. O desfecho dessas lutas a favor do Brasil contribuiu significativamente para o fim da segunda guerra mundial. Montese ficou totalmente destruída, pois a batalha foi urbana, atingido diretamente seus moradores. Na cidade encontra-se um importante museu histórico onde é possível sentir um pouco como era o dia a dia da população e dos soldados brasileiros durante a guerra.

Mas para chegar a Montese será preciso começar a subida, nossa travessia pelos Apeninos (a cordilheira de montanhas com uma extensão de 1000km que cruza quase todo o país). Podemos dizer que é como se fosse uma espinha dorsal da Itália. A estrada que passaremos é pouco movimentada e com muito verde ao seu entorno. A medida que vamos subindo, ziguezagueando por suas curvas, a dificuldade do esforço começa a ser recompensada pela natureza e os belos visuais.

 

5º dia - A simpática e tranquila cidade de Montese será ainda o nosso ponto de permanência por mais um dia. Além da visita ao museu histórico, iremos de bicicleta, mas desta vez sem as bagagens, conhecer outro ponto importante e decisivo da guerra, o Monte Castelo.

Se o clima permitir faremos uma caminhada pelo Monte Castelo. Esta será uma oportunidade única para uma verdadeira aula de história sobre os acontecimentos na região. De volta a Montese,  é possível ver algumas marcas deixadas pela guerra como é o caso de um chafariz furado por bala na praça central.

Bem ao lado do Hotel Belvedere, encontra-se um pequeno largo (“Largo Brasile”) e uma escultura, numa forma de agradecimento e reconhecimento do povo de Montese ao feito heroico dos soldados brasileiros. À noite, degustaremos um delicioso jantar no restaurante do tradicional hotel Belvedere de Montese.

6º dia - Pela manhã, antes de continuarmos pelas belezas naturais dos Apeninos, faremos uma parada num “Caseifício”, um pequeno laticínio da região para aprender como é feito uma das delícias da gastronomia italiana. Trata-se do queijo Parmigiano-Reggiano. Fabricado no norte da Itália, é um tipo de queijo considerado um dos mais antigos. Inventado pelos Monges Beneditinos da Idade Média, sua receita original segue uma tradição de oito séculos e é mantida por centenas de laticínios dessa região da Itália.

Após a interessante visita ao laticínio, continuaremos a nossa viagem pelas pequenas e bucólicas estradas na parte alta dos Apeninos e deixaremos Montese guardada para sempre em nossas lembranças.

 Seguiremos pedalando em direção a Porretta-Terme, uma cidade termal. Depois de alguns quilômetros pedalando "nas alturas", atingiremos o topo do Monte Belvedere, que juntamente com o Monte Castelo, era um importante ponto de resistência nazista.

Dali faremos uma longa descida através de uma estradinha na montanha até o Vale do Rio Reno italiano, onde será a nossa parada para descanso. A vista que se tem do vale é emocionante.

Após esse dia de viagem, o hotel nos aguarda para um bom banho nas piscinas e duchas do SPA. Depois de um merecido relaxamento, um delicioso jantar certamente irá repor nossas energias para o dia seguinte.

Estar em Porretta-Terme, quase a última cidade do nosso roteiro na Emilia-Romagna, significa que você está a poucos quilômetros de entrar na famosa região da Toscana.

7º dia - O próximo destino será Pistoia, a penúltima cidade da nossa aventura pela "Linha Gótica" antes de chegar a Florença.

Nossa saída de Porreta-Terme será às margens do rio Reno, por uma estrada que, romanticamente, segue serpenteando o mesmo caminho do rio, passando por pontes e viadutos.

A paisagem é deslumbrante, pois estaremos pedalando praticamente dentro do vale. A cada curva um ângulo diferente da paisagem se modifica com a beleza da vegetação e das montanhas a nossa frente.

Em alguns pontos pode-se ver e ouvir a água que desce das montanhas para encontrar o rio logo abaixo de onde estamos passando.

Pequenos povoados onde a tranquilidade é quebrada apenas pelo pouco movimento da estrada, completam esse magnífico cenário.

Alguns quilômetros à frente uma placa indica o início da Toscana. Quase não se percebe que aos poucos estamos novamente subindo pelos Apeninos. Cruzamos o rio e entramos em uma estradinha totalmente coberta por uma densa vegetação (e que se parece mais com uma ciclovia). Somente aí é que percebemos a elevação do terreno, ao passar para uma marcha mais leve na bicicleta.

Nos próximos quilômetros será fundamental aproveitar toda a interação com a natureza que essa parte do caminho oferece para o cicloturista. São subidas que demandam esforço, porém, devido a inclinação constante e bom traçado das estradas, podem ser feitas com tranquilidade, em ritmo lento e cadenciado. O ponto mais alto que alcançaremos será de 1.000m. Desse local será possível avistar a cidade de Pistoia e o vale bem abaixo de nós. Uma longa e fantástica decida por essa pequena estrada totalmente coberta por árvores, passando por viadutos e cruzando mais alguns povoados, nos levará a Pistoia em pouco tempo.

Pistoia é uma cidade medieval cujo coração é a belíssima “Piazza Del Duomo”. Ali encontra-se também a catedral de St. Zeno, que impressiona e chama a atenção do visitante logo ao chegar.

A primeira reação é de ficar ali admirando a paisagem arquitetônica, observar a movimentação das pessoas locais e sentir a boa energia que o local emana.

Provavelmente chegaremos ao final da tarde e poderemos dar uma volta pela praça e por pequenas ruas que fazem ligação com a praça Duomo.

A noite após o jantar vale a pena caminhar tranquilamente pelo centro da cidade e saborear um delicioso “gelato” artesanal.

8º dia - Pela manhã, em nosso último dia de pedal, faremos uma visitação que certamente nos levará a muitas reflexões, depois de termos atravessado a Linha Gótica, vivenciando de perto toda a história do nosso país na campanha da Itália até chegar aqui.

Um pouco distante do centro antigo de Pistoia, está o Cemitério onde os soldados brasileiros mortos na segunda guerra mundial foram sepultados. Em 1960 todos os corpos foram transferidos para um cemitério no Rio de Janeiro.

O cemitério de Pistoia tornou-se um “Memorial da FEB” e as placas com os nomes de cada soldado estão no local. Uma exceção é corpo do soldado desconhecido que ficará lá para sempre. Hoje toda esta área do memorial é considerada como solo brasileiro.

Na chegada ao memorial, uma pavimentação feita com mármore, onde está gravado os nomes dos locais de batalha e as respectivas datas de libertação, nos conduz à visitação. Um local silencioso onde praticamente se ouve apenas o som dos pássaros e de nossos passos.

Logo a frente, próximo ao monumento, está a pira que fica acesa ininterruptamente. Um muro em mármore guarda o nome de todos os soldados que morreram defendendo a nação irmã, uma forma de nunca cair em esquecimento o feito dos nossos soldados.
Ao fundo do Memorial fica um pequeno museu com artefatos de guerra, uniformes e pesadíssimos equipamentos de rádio para comunicação naquela época. Uma mostra da dificuldade que os soldados enfrentavam para se deslocar no campo de batalha.

 

Fotos e documentos sobre a segunda guerra mundial também fazem parte do acervo do pequeno museu. O memorial é hoje administrado pelo Sr. Mário Pereira, filho de italiana com o veterano da guerra, Sr. Miguel Pereira, que foi administrador do cemitério após o término da guerra. O Sr. Mário com seu jeito tranquilo de conversar, nos dará uma breve aula sobre o memorial.

Ao sairmos do Memorial nos despedimos de Pistoia e seguiremos em direção a Florença, capital da Toscana e berço do Renascimento italiano. Será um trajeto bem tranquilo, por um terreno praticamente plano. Passaremos por pequenas áreas residenciais e viveiros de plantas e flores, margeando rios, canais e vias férreas, até as proximidades da cidade.

 

Nossa chegada em Florença (ou Firenze como se chama lá) será por um belíssimo parque com vias largas para logo em seguida, tomar a ciclovia que beira o rio Arno e chegar a “Ponte Vecchio” (Ponte Velha), já no centro histórico. Uma ponte de arco medieval construída na Roma Antiga e um dos principais pontos turísticos de Florença.

Durante a Segunda Guerra Mundial a ponte foi preservada pelos nazistas. Acredita-se que tenha sido uma ordem direta de Hitler. Uma história parecida aconteceu em Rimini (que também fazia parte da Linha Gotica), onde alemães e italianos fizeram um acordo para preservar uma ponte da cidade, construída no Sec I.

A alguns metros da “Ponte Vecchio” chegaremos a “Piazza Della Signoria”, o coração do centro histórico. Para quem ainda não conhece, prepare-se para ficar deslumbrado. Considerada uma das mais belas praças da Itália, é rodeada de obras arquitetônicas e monumentos. Um verdadeiro museu ao ar livre onde não é preciso pagar para chegar perto das obras.

É nessa belíssima cidade italiana que nossa aventura chegará ao fim. Uma cicloviagem repleta de emoção, arte e cultura, depois de dias pedalando também pela nossa história.

Uma aventura em que os laços de amizade de cada cicloturista estarão fortalecidos. Da mesma forma como aconteceu com brasileiros e italianos a 70 anos atrás, cuja a união e solidariedade, marcaram para sempre a história das duas nações.

9º dia - partida dos integrantes da expedição.
 

 

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