O Circuito Vale Europeu já é provavelmente o roteiro oficial de cicloturismo mais procurado no país. Vários grupos o utilizam para suas viagens e eventos. Um desses acontecimentos que uma vez por ano movimentam a região é o Velotour. Bem diferente do esquema da maioria dos eventos esportivos e também das viagens de cicloturismo comerciais, no Velotour, cada participante é autônomo e responsável pela sua própria viagem. Cada um leva sua bagagem e faz suas reservas nos hotéis. O que une todos os ciclistas é o fato de estarem pedalando ao mesmo tempo no mesmo caminho.
AVENTURA, DESAFIO, DIVERSÃO
VELOTOUR - VALE EUROPEU 2010
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Este ano tivemos a terceira edição do evento. Mais de 50 pessoas participaram. Com certeza é o maior grupo de cicloturistas autônomos viajando juntos que se vê no Brasil. Saímos de Timbó no sábado de manhã com um sol animador, afinal é bom tempo que queríamos. Porém logo ao passar pelo centro de Rio dos Cedros, já percebemos que não seria fácil encarar a subida do Rio Ada com o calor que estava chegando. Realmente, a maioria optou por fazer uma longa pausa na cancha de bocha para se hidratar, comer e descansar. Com o sol já menos apino saímos para encarar o morro e alcançar o objetivo do primeiro dia, Pomerode. Os últimos a chegar na cidade foram recebidos por uma chuva torrencial. Passamos a rota Enxaimel debaixo d'água. Depois de tanto calor posso dizer que esse banho forçado foi muito refrescante.
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O desafio do próximo dia aumenta um pouquinho, pois ao invés de apenas um morro eram dois. Para alguns o segundo dia é mais fácil que o primeiro pois o corpo já desenferrujou um pouco e agora quer mais. Mas para outros é o contrário, a vontade era ficar na cama recebendo uma massagem nas pernas doloridas. Não havia essa opção. Então todos na estrada novamente. O primeiro morro foi mais fácil pois pegamos o sol de surpresa saindo mais cedo. Acontece que depois da descida, quando chegamos ao PC na lanchonete do posto, lá estava ele novamente nos obrigando a ficar por ali descansando na sombra e tomando conta das bananas e da água mineral. O clima se repetiu, quem demorou a chegar teve de enfrentar uma tempestade enfurecida no final da tarde.
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O terceiro dia é sempre o mais puxado do Velotour, pois ao invés de pernoitar em Rodeio como indica o guia oficial do circuito, subimos para o Campo do Zinco. Isso significa subir sem trégua 8km no bairro do Ipiranga e mais 2km na chegada à fazenda. Porém é dia cheio de atrativos também. A Vinícola San Michele onde nos despedimos do pessoal que ia terminar por ali, nos propiciou uma ótima degustação de vinhos. Na subida os anjos nos incentivavam a pedalada e na chagada um banho na pequena cachoeira e um maravilhoso visual para a grande cachoeira compensaram tudo. A estada na fazenda do Zinco é sempre uma experiência única. O ambiente é mágico. Fizemos um grande brinde com espumante da vinícola para comemorar a chegada à parte alta do circuito. Nessa hora todos já se conhecem bem e alguns que se conheceram antes de ontem já parecem ser velhos amigos.
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Já o quarto dia foi muito tranquilo já que havíamos adiantado um pouco. Pudemos dormir até mais tarde e dar uma chance para a preguiça. Muito pitoresco também.
Carroças, bolinhos de carne típicos, cucas de banana, estradinhas sombreadas na beira do rio, Igreja Enxaimel, e lindos arrozais, nos conduziram com calma até Dr. Pedrinho.
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No quinto dia, a esperada parada na cachoeira do Véu da Noiva não aconteceu porque o tempo fechou e uma chuva leve nos sugeriu tocar para frente ao invés de parar. Enfrentamos um pouco de lama depois de sair da estrada principal e entrar por uma estradinha estreita que é usada mais para acessar as fazendas. A lama grudava no pneu e chegava a atrapalhar o movimento da roda. Por sorte há uma travessia de um pequeno rio, onde pudemos lavar toda a relação da bicicleta. A chegada a pousada em Alto Cedro também foi muito bacana pois como ela fica do outro lado da represa fomos levados de lancha para lá. Íamos de 3 em 3 na lancha junto com as bicicletas. Era um pouco difícil ajeitar tudo para caber, mas valia a pena pois se não fosse assim, teríamos de dar uma grande volta de 6km com muitas subidas.
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No sexto dia, aí sim pegamos um bocado de estrada com lama. O tempo permaneceu fechado mais sem chover muito. Porém caminhões de madeira tinham acabado de destruir a estrada. Até mesmo o nosso carro de resgate que nesse momento era uma brava Toyota teve dificuldade em alguns trechos. Mas todos encaram as dificuldades com bom humor e determinação. São essas coisas que dão aquela apimentada na aventura. A mangueira lava a jato da pousada deixou as bicicletas novinhas para o próximo trecho.
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O sétimo, último e esperado dia nos reservou uma grande descida. A descida é tão agradável que dá vontade de ficar mais tempo nela. São longos quilômetros suaves e mais alguns de descida mais forte no final. Chegamos à ponte onde estava o PC e dali a pouco tempo já estávamos na única subida do dia. A subida do Rio Cunha é a mais terrível de todo o circuito e ironicamente fica no final do último dia. Parece que é para testar a coragem dos viajantes. Sorte que ela não é tão longa assim e ainda possibilitou banhos de rio e de cachoeira para dispersar o sol que voltou a dar o ar da graça. A chegada a Timbó foi emocionante pois foi o fechamento de um ciclo de um pedal com muito esforço, suor, dificuldades, mas também com muita alegria, prazer e união. Parabéns a todos os pedalantes que participaram do Velotour Vale Europeu 2010!
Um agradecimento especial aos apoiadores do evento: Consórcio Intermunicipal de Municípios do Médio Itajaí, Comtur Timbó, Associação Vale das Águas, Cycle Bona, Restaurante Thapyoka, Park Hotel Timbó, Cantinho da D. Maria, Hotel Fink, Pousada Campo do Zinco, Bella Pousada, Pousada Duwe, Hotel Faustino.
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