Em Vitória fiz a primeira grande revisão da Bike e também dei minha primeira entrevista para um jornal de grande circulação, A Gazeta. Tive que me acostumar em ser reconhecido quando passo, mas a notoriedade abre portas e economiza dinheiro!!!!!!!!
Tive a oportunidade única de me alojar na Reserva Biológica Marinha Edições Ruschi, onde conheci o André, filho do Patrono da Ecologia Augusto Ruschi. Ele me falou sobre a situação calamitosa que se encontrava a preservação ambiental aqui no Espírito Santo, seja pelos interesses econômicos, seja pelo descaso, ou mesmo, má- fé dos dirigentes ambientais daqui. Infelizmente isto não é só por aqui...
O pequeno trecho, entre Regência e Guriri teve muitas novidades, apesar de ser bem pequeno. Fiquei muito bem instalado no alojamento do Projeto TAMAR de Regência. Tão bem instalado, que meu corpo resolveu relaxar e tive o único desarranjo intestinal da viagem. Não foi a toa, já que eu comi (e muito!) um feijão tropeiro pra lá de suspeito. Não foi nada, uma noite mal dormida e um dia sem energias. Ainda bem que foi um dia livre!
Nesse dia livre, assisti ao Curso de Capacitação sobre Educação Ambiental para as Comunidades Costeiras, coordenado pelo pessoal do Projeto TAMAR. Atravessei de barco, debaixo da maior chuva, para Povoação, para poder sair cedinho para Pontal do Ipiranga, onde pensava passar a noite. Porém, onde pensava conseguir o apoio do Amigo do Viajante não foi possível e fui seguindo.
Em Barra Nova, após bater o recorde da viagem, pedalando mais de 106Km em um só dia (e ainda foi na terra!), também não consegui o apoio, por isso, para comemorar o primeiro mês de viagem e os mais de 1300km pedalados, resolvi aproveitar a lua nova e curtir uma deliciosa noite na areia da praia. Foi deliciosa mesmo, pois após comprar comida para um lanche, saí da vila de Barra Nova e, após pedalar alguns quilômetros, subi em uma duna e montei a barraca ali mesmo, com todo o céu ao meu dispor! No dia seguinte, acordei cedo e fiquei fazendo hora para sair as 8:00h, em direção a Guriri, pela areia da praia. Uhuhuhuhu!!!!!!!!!!
Partindo da Costa Dourada, após ter passado pelo portão de entrada da Bahia, que é Ponta dos Lençóis, quebrou o rolete do cambio traseiro, onde travou a corrente, que puxou todo o sistema e crashh!!! Quebrou o quadro de alumínio onde prende o câmbio. Não se pode fazer nada, apenas voltar à civilização. Com muita sorte peguei carona até a BR101 em um ônibus de excursão da igreja de Posto da Mata. Deixaram-me numa cidadezinha chamada Itabatã. No dia seguinte já estava novamente pronto para partir pedalando, pois existe uma enorme fábrica de celulose e toda a manutenção de mecânica pesada desta indústria ocorre ali. Tive muita sorte, fizeram uma nova peça e soldaram muito bem, tudo em alumínio, deixando mais forte que antes. Em Mucuri terminei o serviço em uma oficina de bicicletas, onde troquei as peças e ajustei o câmbio.
Mais adiante, para chegar em Caravelas BA, atravessei o segundo maior manguezal do Brasil, em uma viagem de barco de 3 horas. Era dia de festa, o primeiro de 13 dias em homenagem a Santo Antonio. Resolvi fazer um pedido, quem sabe encontro uma bicicleta para namorar a minha bike...