Na véspera do Natal, fiz mais uma revisão na Nega e fui entrevistado para a Rádio e o Jornal de Ijuí, à noite fiquei tomando mate, enquanto falava com a minha família pelo telefone. Aqui tive novamente um companheiro de viagem. O Fabiano fez comigo de Ijuí a Cruz Alta, onde almocei com sua família outro autêntico Churrasco Gaúcho. Foi delicioso chegar em Sta. Maria. Primeiro por reencontrar amigos que fiz durante a viagem e que me receberam muito bem. Delicioso também, porque os últimos quilômetros antes da cidade foram descida, passando por locais lindíssimos e com vistas maravilhosas. Os dois dias que passei por lá foram muito bem aproveitados, descansei bastante, comi muito churrasco e dei uma entrevista bem legal para RBS, mais uma afiliada da Rede Globo. Tive que partir, se não acho que ficaria por lá para sempre, e encarei difíceis dias, de muito sol, ventos que continuavam me segurando e muitas ladeiras na Serra das Encantadas. Estes dias de festa, entre Natal e Ano Novo tem sido atípicos, pois quase todo mundo viaja. Santana da Boa Vista não era um ponto de parada, mas resolvi ficar por aqui mais um dia, pois fiz excelentes amigos na prefeitura entre eles, o próprio prefeito, que está implantando um Parque Municipal muito bem estruturado.
O Parque Municipal da Toca da Tigra estava sendo mapeado por uma ONG recém instituída, por Universitários de Sta. Maria, que demarcaram trilhas e iniciaram um levantamento da fauna e da flora da região. Apesar de que parecia um "mamão com açúcar", vieram alguns dias especiais. Realmente foi uma etapa difícil. Cheguei em Pelotas, após a descida da Serra das Encantadas e gravei mais uma entrevista e aproveitei para descansar bastante pois não parou de chover. Parti pela estrada mais plana em que já pedalei e marquei médias de mais de 25 km/hora. Naquele dia, pedalei 105km e só não pedalei mais, porque queria passar a noite na estação Ecológica do Banhado do Taim e aprender um pouco sobre esse fascinante ecossistema. No dia seguinte entrou uma frente fria e tive que pedalar o dia inteiro com um forte vento contra, em que em algumas rajadas, a Nega chegava a parar. Foi com muito esforço que cheguei a uma fazenda de arroz, onde fui muito bem recebido e onde pude me refazer do dia difícil. Exatos 96 dias após ver o mar pela última vez, ainda em Belém(PA), voltei para a praia e a partir daqui iria fazer uma coisa que simplesmente amo, pedalar pela areia entre o mar e as dunas ao som do barulho das ondas quebrando na praia. Ainda em Chuí, saí para comprar os mantimentos que consumiria na próxima etapa, a maior praia do mundo, por isso estava levando mais de 05 quilos de comida.