Sai de Salvador e segui pela Rodovia do Coco. Entrei para conhecer as praias de Jaua e Busca-Vida e, quando estava por Arembepe, começou a se formar uma tremenda tempestade. Procurei a Base do TAMAR, onde passei a noite vendo cair muita água do céu. No dia seguinte, a mesma coisa. Agora era a Bahia que não quer me deixava ir embora. O que era para ser um passeio, entre Arembepe e a Praia do Forte, tornou-se um pesadelo. Não bastava tanta água na cabeça, ainda tinha que furar o pneu! Troquei a câmara rapidinho e parti. Faltando uns 6 Km para chegar, outro furo! Tive que me proteger debaixo de uma árvore e colar o remendo na câmara. Só na terceira tentativa eu consegui. Cheguei na Praia do Forte ansiando um banho quente, muita comida e uma cama quentinha. Da Praia do Forte até Pirambu, fiz um roteiro maluco, passando por locais que eu não havia conhecido em 99. Grandes descobertas! Parti da Praia do Forte pelo asfalto e pedalei, até o fim da tarde, 94Km, posicionando-me para entrar na areia e fechar a Bahia com chave de ouro. Dormi na Barra do Itariri (BA) e, no dia seguinte, parti pela praia em direção a Mangue Seco. Neste dia pedalei 52 Km na areia e, para comemorar, resolvi acampar nas dunas e curtir a lua cheia.
Cheguei rapidamente em Mangue Seco (BA) no dia seguinte, consegui apoio e fiquei o dia limpando o equipamento e tirando muitas fotografias, despedindo-me da Bahia e preparando-me para cruzar mais uma divisa. Também entrei pela praia em Sergipe e só não cheguei em Aracaju pela areia, pra não judiar da bicicleta (a Nega). Belíssima cidade! Infelizmente cheguei numa sexta-feira e resolvi partir no sábado mesmo para Pirambu, descansar longe do tumulto da cidade. Em 99, havia chegado em Pirambu pela praia, super fácil e rápido. Agora, quis inventar muito e acabei dançando. Passei a tarde para cruzar 9 Km de muita, mas muita areia mesmo. Apesar de duríssima, a trilha é linda e pude fazer belas fotos.
O dia seguinte fiquei descansando em Pirambu, lavando tudo e aprendendo muito com as pessoas. Aqui tem uma das maiores bases do TAMAR, responsável por proteger toda a Reserva Biológica de Santa Isabel. Ela foi criada para garantir a tranqüilidade das mamães-tartarugas, que nesta região haviam sido quase totalmente exterminadas De Pirambu até Maceió tive a oportunidade de conhecer praias belíssimas e me integrar cada vez mais com este povo muito hospitaleiro que é o nordestino. Tenho certeza que fiz amizades por aqui que durarão para sempre! De Pirambu (SE), segui pela areia da praia até a foz do "Velho Chico", que apesar de estar "meio doentinho", ainda é uma barra de respeito. Lá, consegui atingir Alagoas com a ajuda de um pescador.
Segui pela praia, aliás excelente de se pedalar, até Pontal do Peba (AL), onde passei a noite, para partir novamente, pela praia. Neste segundo dia de Alagoas, consegui chegar até a Lagoa Azeda, lugar belíssimo, onde tive a satisfação de conhecer um alagoano que havia trabalhado durante dois anos em Ubatuba (mundo pequeno, não!?!) Saí, pedalando pela areia, em direção a Ponta do Gunga, a praia mais bonita da viagem até aqui. Pode parecer que eu seja uma pessoa volúvel, pois todos os dias eu via as praias mais bonitas da viagem, mas a verdade é que eu realmente via!!!! Da Ponta do Gunga, atravessei de barco para a Barra de São Miguel e, a partir daí, tive que sair da praia e pegar o asfalto. Antes de chegar em Maceió, capital do quinto estado desta minha trip, passei uma noite na Praia do Francês, outro local bem bonito. Até aqui havia feito 35 travessias de barco, ficando mais de 22 horas embarcado!!!!